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Ceratoses actínicas e Dermatoscopia

Uma queixa comum na rotina do dermatologista oncológico durante o exame de dermatoscopia é a presença de lesões róseas ásperas distribuídas principalmente nas áreas expostas ao sol, como rosto, colo e braços. Após a avaliação dos sinais na dermatoscopia, podemos clinicamente diagnosticar a ceratose actínica. Essa mancha é classicamente definida como uma condição pré-maligna que pode progredir para um câncer de pele (carcinoma epidermóide in situ ou invasivo). O risco individual de progressão é desconhecido, porém as estimativas variam na literatura de 0,1-20%. Há estudo que mostra que essa transformação pode ocorrer em aproximadamente dois anos. Além disso, 60 a 82% dos carcinomas epidermoides surgem dentro ou na proximidade de uma ceratose actínica .  Uma vez que não é possível prever clinicamente quais ceratoses actínica terão este potencial de transformação, todas devem ser tratadas e, preferencialmente, em seus estágios iniciais.

É importante reforçar que a dermatoscopia é uma grande ferramenta no diagnóstico dessas ceratoses actínicas. Algumas vezes, elas podem ser parecidas com outros tipos de tumores (como o carcinoma basocelular e o próprio carcinoma epidermóide). Com a dermatoscopia, o dermatologista especializado é capaz de identificar aquelas manchas que podem ser tratadas diretamente, ou então selecionar aquelas suspeitas nas quais é importante uma biópsia para afastar câncer de pele já estabelecido.

O tratamento pode ser direcionado para uma ceratose isolada ou para toda a região envolvida (chamada de “campo de cancerização”), no qual tanto as manchas clínicas como as subclínicas são atingidas. As opções tópicas disponíveis incluem medicamentos como 5-fluoracil, imiquimode e diclofenaco. Essas terapêuticas requerem períodos de aplicação diferenciados e podem provocar algumas reações. Contudo, o benefício do tratamento é muito maior do que os potenciais danos que a ceratose actínica pode causar. Portanto, é fundamental a avaliação do dermatologista especializado em dermatoscopia para identificar essas manchas pré-malignas e selecionar, juntamente com o paciente, o melhor tratamento.