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Tenho um sinal suspeito de melanoma: e agora?

Quando há um sinal suspeito de melanoma, o primeiro passo é procurar o dermatologista especializado para a avaliação clínica. A dermatoscopia é a principal ferramenta não invasiva para analisar uma pinta suspeita e definir a necessidade de retirada ou não daquele sinal. Muitas vezes, manchas suspeitas à olho nu, apresentam características benignas na dermatoscopia, o que evita procedimentos desnecessários.

Se a pinta tiver sinais suspeitos na dermatoscopia, o segundo passo é realizar a retirada por meio de uma biópsia. Essa biópsia pode ser uma retirada completa ou apenas parcial do sinal. Qual a melhor forma? Depende do caso! Existem sinais em localizações muito nobres, como o rosto, onde preferimos fazer biópsias parciais. Ou então, há manchas que são muito grandes para a realização completa do procedimento no primeiro momento, então também preferimos nesses casos fazer uma confirmação antes. É importante ressaltar que tanto a biópsia completa como a parcial não vão influenciar no curso da doença. Portanto, podemos escolher com tranquilidade a melhor técnica de acordo com cada caso. E, se a escolha por pela biópsia parcial, a dermatoscopia ajuda o dermatologista na escolha da melhor região a ser retirada.

Após a biópsia, o material é enviado para o patologista analisar. Se houver confirmação do diagnóstico de melanoma, a espessura do tumor (chamada de Breslow) irá definir os próximos passos. Para todos os casos, é fundamental o acompanhamento contínuo com dermatologista especializado para realização de dermatoscopia digital e mapeamento corporal total. O objetivo é acompanhar de perto a pele desses pacientes, realizando o diagnóstico precoce de possíveis lesões novas suspeitas ou transformação de algum sinal antigo.

Nos casos não invasivos (melanoma in situ), o melanoma deve ser completamente retirado cirurgicamente com as margens de segurança preconizadas. Para os melanomas que já possuem algum componente invasivo, existem situações especiais em que recomenda-se o estudo dos linfonodos (também conhecidas como “ínguas”) da região acometida: a técnica do linfonodo sentinela, realizada por cirurgiões especializados. Além disso, para os casos invasivos, também é necessário o acompanhamento conjunto com o oncologista para avaliar a necessidade de tratamentos sistêmicos dependendo do estadiamento do melanoma.

Hoje em dia, há novas medicações que revolucionaram o tratamento do melanoma. Contudo, o melhor tratamento e o que mais salva vidas ainda é fazer o diagnóstico precoce! O que conseguimos realizando exames clínicos frequentes e dermatoscopia. Dessa forma, podemos identificar o melanoma de forma muito inicial, o que aumenta expressivamente a possibilidade de cura do paciente.

Joyce Arnaut.

Crédito da foto: Photo by Nathan Dumlao on Unsplash